terça-feira, 13 de outubro de 2009

Assessor faz cera

Assessor de imprensa finge que trabalha. Os caras quando não querem atender um jornalista dizem que estão em uma reunião, no horário de almoço ou mascando chiclete Fazem corpo mole. Inventam e reiventam histórias. Adiam uma, duaz e até três vezes a mesma entrevista. A maioria deles são formados em relações públicas e aprendem direitinho na universidade a enrolar os repórteres. Para demonstrar serviço, pegam um cliente e ficam com ele o dia todo. Quando dão uma de solidários, mandam um release meia-boca e tá tudo certo. Na hora que um repórter liga deseperado pedindo uma informação eles o tratam assim:
— Alô! Alô! Tem alguém aí
— O que é agora?
— Sou do jornal e preciso que vocês me confirmem uns dados. É possível?
— Depende.
— Depende do que?
— De qual jornal você é. É conhecido ou pé de chinelo?
— É do bairro.
— Tchau.
— Alô! Alô
Assessor só fala com peixe grande. No momento de pegar no batente e evitar a fadiga, se limitam a falar como veículo de maior alcance da cidade. Sabem de cor o número e nome do chapa do jornal de maior prestígio. As publicações menores acabam ficando menores ainda, poque a notícia que iam sair não pode ser concluída por falta de informação. O coitado do estagiário do pequeno jornal é quem leva a pior com o chefe: — Pó! Você é um incopetente.
— Mas, chefe foi assessora quem não quis falar comigo.
— Por que?
— É que o jornal é pé de chinelo
— Tá demitido.
— E o meu sálario. Estou aqui há um mês.
— Nem eu que sou o dono tenho salário direito.
Assessor consegue botar muito pai de família na sarjeta. Tudo porque não quis dar uma mísera informação. Não querem suar a camisa. O que querem é apenas participar dos coquetéis de lançamento de novas públicações.

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